segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A nova história

Pelos meados de 1889 houve uma grande seca em Bagé interior do RS, os cuera ficaram mais perdido que cego em tiroteio,pois não sabiam mais o que fazer.O senhor prefeito já sem recurso,em estado de calamidade pública porque já não havia mais água para os viventes desta região como último recurso decidiu:

_Irei recorrer às raízes da região, uma tribo indígena para tentar resolver através das suas pajelanças, danças ritualísticas como a da chuva ou uma conexão com a mãe natureza para que tentem trazer de volta as chuvas para a população.

Os bageenses sofriam com a estiagem, privando-se das necessidades básicas, do lazer, sofrendo a perda da renda de famílias que viviam da plantação, comprometendo a renda do município advinda da agricultura, não obstante tudo isso, ainda sofrendo os reveses de um calor escaldante,de uma terra seca,de trabalho exaustivo de vigília noites a dentro a espera humilhante de algumas horas de abastecimento para suprir as suas necessidades,utilizando de uma reserva que sabia-se estar ao fim visivelmente notada pelo odor e impurezas misturadas ao líquido precioso.

As noites curtas e os dias longos, o céu angustiantemente limpo dia a pós dia e a espera constante da ajuda vinda sobre rodas, caminhões carregando água e atrás dele multidões com balde, bacias ou qualquer recipiente que pudesse armazená-la.

A população sofria conjuntamente, ignorava o cansaço, procurando alternativas para driblar as dificuldades, famílias inteiras caminhavam grandes distâncias em busca de poços artesianos que ainda houvesse um pouco de água, mas a esperança permanecia e a solidariedade aumentava.

A notícia se espalhava pelos noticiários do país, ”UM PEDAÇO DO NORDESTE EM PLENO RIO GRANDE DO SUL”, a decisão tomada pela administração enfrentou muitas críticas, porém, os índios em dia e hora marcada reuniram-se as margens do Arroio Bagé que parecia expressar uma mensagem de socorro.

O grande pajé nos passou a mensagem que foi:

_A mãe natureza diz a toda a população que se comprometam em plantar centenas de mudas de árvores e que o homem branco estenda seu olhar á natureza como um pedido de perdão ao desrespeito ao meio ambiente.

Hoje em 2011 não queremos repetir esta história, mas nos reconhecermos como parte da natureza, apostar no progresso como nos diz Gandhi: ”Se queremos progredir não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.”

Um comentário:

  1. Parabéns, queridas alunas!
    O texto está muito interessante e traz o conhecimento mágico como temática comum. O uso de expressões e costumes da população local remete à identificação com o texto e torna-o experiência também do leitor.
    Um grande abraço,
    Maria Cristina

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